Com a chegada de setembro, reabrimos as portas da creche com entusiasmo, dedicação e muito afeto. Este mês marca um momento especial de recomeço, reencontros e, para muitos, o primeiro contacto com o ambiente escolar.
Como refere Brazelton (1995/2021), “do ponto de vista da criança, a primeira separação de casa nunca é fácil, seja em que idade for” (p. 417). Assim, um dos principais objetivos da nossa equipa pedagógica é garantir que as adaptações decorram da forma mais tranquila possível e emocionalmente segura tanto para as crianças como para as famílias.
Sabemos que também para os pais esta é uma fase sensível, por isso promovemos uma atitude de cuidado e compreensão também com as famílias. A partilha diária, a escuta ativa, e a construção de uma parceria sólida e uma relação de confiança são pilares fundamentais para uma adaptação bem-sucedida. Tal como reforça a NAEYC (Coelho et al., 2015), estas parcerias entre as famílias e os profissionais de educação permitem “adequar as suas práticas, garantindo um melhor ajustamento e continuidade entre os contextos” (p. 376).
Nesta fase de adaptação, é essencial reconhecer que cada bebé precisa de tempo e apoio para se adaptar e construir novos vínculos com os adultos da creche, com os espaços e com as rotinas. Por essa razão, uma das estratégias que utilizamos nas salas de berçário e 1 ano, é a adaptação faseada, respeitando o ritmo de cada criança e família, sempre com foco na segurança emocional.
Outras estratégias que promovemos como o objetivo de facilitar as adaptações incluem: conhecer previamente o bebé e a sua família; acolher objetos de conforto; criar ambientes seguros e acolhedores; partilhar diariamente informações com as famílias; e garantir que o adulto tem em consideração os ritmos, comportamentos e necessidades individuais de cada criança. Esta disponibilidade e responsividade são fundamentais para a criação de uma forte vinculação entre as crianças e os adultos promovendo um consequente bem-estar.
Nas salas de 2 anos, apesar das naturais dificuldades na separação dos pais no retorno à escola, as crianças reencontraram rapidamente conforto nas suas figuras de referência e nas rotinas já conhecidas. Ao fim de poucas semanas, tornam-se visíveis sinais de bem-estar, autonomia e entusiasmo pela brincadeira e pelas explorações realizadas na creche!
Estamos certos de que, com o carinho de sempre e o compromisso de todos, este será mais um ano cheio de aprendizagens, descobertas e muitas conquistas.
Referências:
Brazelton, T. B. (2021). O grande livro da criança: o desenvolvimento emocional e comportamental dos 0 aos 3 anos (15.ª ed.). Editorial Presença. (Obra original publicada em 1995)
Coelho, V. L. M., Barros, S., Pessanha, M., Peixoto, C., Cadima, J., & Pinto, A. I. (2015). Parceria família-creche na transição do bebé para a creche. Análise Psicológica, 33(4), 373-389. https://doi.org/10.14417/ap.1002






